Ministério Público do
Maranhão (MPF) está investigando os contratos de reforma e da compra de merenda
de escolas em Bela Vista do Maranhão. Segundo o MPF, pelo menos cinco empresas
estão sendo investigadas por licitações suspeitas no município.
As investigações apuram
denúncias de fraude no fornecimento de merenda, nos contratos com a Associação
dos Jovens Agricultores do município, que deveria fornecer produtos do campo
para merenda. O esquema era mal administrado que rapidamente foram descobertas
falhas no processo licitatório.
Bela Vista do Maranhão
tem 11 mil habitantes e desde 2013 o Ministério Público Federal (MPF) investiga
os contratos de reforma nas escolas do município. Foram quase R$ 3 milhões da
educação gastos com obras mal feitas ou que nunca foram concluídas.
Boa parte das escolas
no município está na mesma situação: paredes sujas, maçanetas quebradas,
carteiras velhas e janelas fechadas com pedaços de pau. Em uma delas, no ano
passado, foram gastos mais de R$ 160 mil em uma reforma completa. Mas
funcionários da escola afirmam que nada foi feito. “Não, mas já está para ser
reformada nesse outro mês agora”, afirma funcionário que não teve seu nome
revelado.
Luciana da Conceição
Cantanhede aparece como sócia de uma das empresas investigadas pelo MPF. No
entanto, a suspeita diz que não possui nenhuma empresa vinculada ao seu nome.
Em seguida, ela muda a versão e afirma que a suposta empresa era do seu primo.
“Disse que tinha uma aí. Mas saí. Era do meu primo”, afirma.
O primo de Luciana,
identificado como Daniel da Conceição Silva, era sócio da empresa quando firmou
os primeiros contratos com a prefeitura de Bela Vista. Além disso, ele era
cunhado do atual prefeito da cidade, Orias de Oliveira Mendes (PCdoB).
Em declaração, Daniel
disse que não é dono da empresa, mas continua nos negócios na prefeitura da
cidade.
Muitas pessoas que
aparecem nas licitações como responsáveis em fornecer alimentos para a merenda
escolar, afirmam que nem sequer plantaram o que há registrado nos documentos.
Como é o caso de Itamar Correa de Lima, que diz que nunca vendeu nenhum produto
para a prefeitura. “Nunca nem vendi nem um quiabo. Nem um quiabo. Nem um...
aquele cabelinho do maxixe que o menor, entende?”, disse.
O presidente da
Associação dos Agricultores é dono de uma lanchonete na cidade. O suposto
agricultor disse que nunca plantou nenhum alimento e mesmo assim foi eleito
para a presidência da associação. “Não. (...) colocaram meu nome lá [sobre as
eleições].”
Isabel da Silva, esposa
do suposto presidente, é responsável pela distribuição de alimentos nas escolas
de Bela Vista. Em declaração, ela revelou que seu marido é agricultor e que foi
eleito pelos agricultores. “Ele é agricultor (...) Ele é agricultor sim”,
disse.
O prefeito da cidade
foi procurado para comentar as acusações, mas segundo um funcionário da
prefeitura, o gestor não comparece com frequência ao local.
Segundo Juraci Guimarães, Procurador da
República, as licitações foram forjadas, o que evidencia a fraude. “Licitações
que efetivamente não ocorreram, processos que não foram apresentados quanto à
fiscalização e que demonstram que foram forjadas para o desvio desses recursos
públicos”, finalizou.
Fonte: G1 MA.
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