Romero Jucá comentou áudio que vazou em jornal. Foto:
Agência Brasil/Divulgação
De acordo com Jucá, a conversa aconteceu em 'tom banal' e
garantiu que não pedirá para deixar o cargo no Ministério de Planejamento.
"O cargo é uma decisão do presidente (Michel Temer), vou continuar
enquanto entender que tenho a confiança do Temer. Devo satisfação a todos os
setores do Brasil e estou aqui para esclarecer quaisquer dúvidas", disse o
ministro do Planejamento antes de abrir a rodada de perguntas para os
repórteres.
Sobre as acusações, Jucá garantiu não estar preocupado. Ele
também explicou o que quis dizer com o termo 'estancar a sangria'. "No
contexto da conversa, eu coloquei aquilo que venho colocando, punir os
culpados. Quando disse 'evitar a sangria', quis dizer em parar a situação
vivida no Brasil, como a crise e o desemprego. O maior interessado sobre o meu
comportamento, sou eu, então estou com a consciência limpa", contou.
Sobre Romero Jucá
Jucá assumiu o terceiro mandato consecutivo pelo Estado de
Roraima. Ele foi líder do governo no Seado, designado pelos presidentes
Fernando Henrique Cardozo, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Em
2005, atuou como relator geral do orçamento da União. Atualmente, é
Vice-Presidente do Senado Federal e relator da Comissão Mista do
Congresso, que vai regulamentar dispositivos da Constituição Federal, inclusive
a recente PEC dos Empregados Domésticos.
Jucá é titular de cinco comissões permanentes do Senado:
Constituição e Justiça (CCJ), Assuntos Econômicos (CAE), Meio Ambiente (CMA),
Educação (CE) e Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). Além dessas,
participa, como suplente, das comissões de Assuntos Sociais (CAS), Relações
Exteriores e Defesa Nacional ( CRE), Serviços de Infraestrutura (CI) e da
Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).
LEIA TRECHOS DOS DIÁLOGOS DIVULGADOS PELA 'FOLHA DE S.
PAULO'
Data das conversas não foi especificada
SÉRGIO MACHADO - Mas viu, Romero, então eu acho a
situação gravíssima.
ROMERO JUCÁ - Eu ontem fui muito claro. [...] Eu só
acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. Não adianta esse
projeto de mandar o Lula para cá ser ministro, para tocar um gabinete, isso
termina por jogar no chão a expectativa da economia. Porque se o Lula entrar,
ele vai falar para a CUT, para o MST, é só quem ouve ele mais, quem dá algum
crédito, o resto ninguém dá mais credito a ele para porra nenhuma. Concorda
comigo? O Lula vai reunir ali com os setores empresariais?
MACHADO - Agora, ele acordou a militância do PT.
JUCÁ - Sim.
MACHADO - Aquele pessoal que resistiu acordou e vai
dar merda.
JUCÁ - Eu acho que...
MACHADO - Tem que ter um impeachment.
JUCÁ - Tem que ter impeachment. Não tem saída.
MACHADO - E quem segurar, segura.
JUCÁ - Foi boa a conversa mas vamos ter outras pela
frente.
MACHADO - Acontece o seguinte, objetivamente falando,
com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisões de
segunda instância], vai todo mundo delatar.
JUCÁ - Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo e a
Odebrecht vão fazer.
MACHADO - Odebrecht vai fazer.
JUCÁ - Seletiva, mas vai fazer.
MACHADO - Queiroz [Galvão] não sei se vai fazer ou
não. A Camargo [Corrêa] vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu
acho que... O Janot [procurador-geral da República] está a fim de pegar vocês.
E acha que eu sou o caminho.
JUCÁ - Você tem que ver com seu advogado como é que a
gente pode ajudar. [...] Tem que ser política, advogado não encontra
[inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra...
Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.
MACHADO - Rapaz, a solução mais fácil era botar o
Michel [Temer].
JUCÁ - Só o Renan [Calheiros] que está contra essa
$%¨&. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente,
esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, $#%@.
MACHADO - É um acordo, botar o Michel, num grande
acordo nacional.
JUCÁ - Com o Supremo, com tudo.
MACHADO - Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ - É. Delimitava onde está, pronto.
MACHADO - O Renan [Calheiros] é totalmente 'voador'.
Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que
cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então
quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não
compreendeu isso não.
JUCÁ - Tem que ser um boi de piranha, pegar um cara, e
a gente passar e resolver, chegar do outro lado da margem.
*
MACHADO - A situação é grave. Porque, Romero, eles
querem pegar todos os políticos. É que aquele documento que foi dado...
Fonte. Portal Amazônia.
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